quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sobre cumpleaños...



Caminho lentamente pela passarela da praça, quando de repente me deparo com uma criança que na doçura dos seus 4 anos se deixa levar pelo balanço suave de um vai e vem.
Me vejo então sentada na tábua dura do brinquedo, com os pezinhos pendurados mal tocando no chão, com exatamente 4 anos de idade...
O que pensaria nessa época?
Quais seriam meus sonhos?
Sonhos de toda criança; uma boneca nova no Natal,
Um punhado de doces;
Festinha de aniversário!
Deixei-me embalar pelas lembranças, percorrendo o corredor escuro da memória, algumas vezes lágrimas, outras vezes história.
E o tempo escorregou no rio dos anos, pelas pétalas das flores da primavera dos sonhos.
A menininha que um dia brincava no vai e vem da praça aprendeu a dar voltas no carrocel da vida...
Cresceu tornou-se adulta, mulher, mãe, amante...
sonhadora, como a pequena menina.
Quando dei por mim estava ali, ajoelhada na grama, contemplando o vai e vem vazio e pensei então: quando eu tiver 40 anos como serei sentimental...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

INSTRUCCIONES PARA DAR CUERDA AL RELOJ



Allá al fondo está la muerte, pero no tenga miedo.
Sujete el reloj con una mano, tome con dos dedos la llave de la cuerda, remóntela suavemente. Ahora se abre otro plazo, los árboles despliegan sus hojas, las barcas corren regatas, el tiempo como un abanico se va llenando de sí mismo y de él brotan el aire, las brisas de la tierra, la sombra de una mujer, el perfume del pan.
¿Qué más quiere, qué más quiere?

Átelo pronto a su muñeca, déjelo latir en libertad, imítelo anhelante. El miedo herrumbra las áncoras, cada cosa que pudo alcanzarse y fue olvidada va corroyendo las venas del reloj, gangrenando la fría sangre de sus rubíes. Y allá en el fondo está la muerte si no corremos y llegamos antes y comprendemos que ya no importa.

Julio Cortázar

sábado, 11 de setembro de 2010

PARA CANTAR O AMOR MAIOR



Teu nome está gravado com punhais de estrelas
nos troncos dos sonetos que guardo no peito,
mas nestes que rabisco não consigo as telas
e as pétalas das letras de um verso perfeito.

Como explicar o amor, com tinta de caneta,
nas árvores de um sonho feito de aquarelas,
se as cores das palavras saltam da paleta
e as mãos do meu poeta não conseguem vê-las
Ah! mágica Poesia Azul, qual o segredo
para escrever a dor com versos soberanos,
sem respingar saudade e luas nos pianos?

Me ensine essa canção feliz do passaredo
e a música das ondas beijando o rochedo,
para que eu cante o amor maior dos oceanos.

Nathan de Castro

sábado, 4 de setembro de 2010

Guardada na gaveta



Ontem tentei enviar uma mensagem, era uma dia importante, especial para alguém.
Até rabisquei umas palavras mais ou menos assim:

Diz-se daquele que tivestes como companheiro que; ainda que passe o tempo, jamais se esquece.
Hoje o sol brilha mais forte como a essêcia da vida exala no ar.
Solte-se,
Sorria;
Desfaça o s nós; as amarras
Deixe-se viver.
Acredite em seus sonhos.
semeia, bondade e esperança por onde passas
E a colheita será farta de amor!
Um beijo.

...mas as palavras ficaram guardadas na gaveta, adormecidas, talvez seja essa mania inexplicável de guardar tudo pra mim, com medo que alguém roube as minhas lembranças e o meu sentimento.