segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Perdi os Meus Fantásticos Castelos















Perdi meus fantásticos castelos 
Como névoa distante que se esfuma... 
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los: 
Quebrei as minhas lanças uma a uma! 

Perdi minhas galeras entre os gelos 
Que se afundaram sobre um mar de bruma... 
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? – 
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma! 

Perdi a minha taça, o meu anel, 
A minha cota de aço, o meu corcel, 
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias... 

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas... 
Sobre o meu coração pesam montanhas... 
Olho assombrada as minhas mãos vazias... 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

PRA NÃO MORRER DE SAUDADE













Hoje ao voltar pra casa após o trabalho encontrei o silêncio...
E dentro dele o vazio.
A casa arrumada, sem brinquedos esparramados pelo chão...
gritos e risos de crianças  ficaram no ar...
A tv  ligada ou o som no último volume,
O "manhê cade..." já não escuto mais...
Tudo isso me faz muita falta.
E eu me pergunto em que lugar do tempo ficaram guardados todos esses momentos.
Tudo passou depressa demais e eu não sabia que seria tão difícil me acostumar com a solidão!
Filhos queridos sinto tanta falta de vocês por perto.
Eu os amo demais!